"Sinta-se à vontade por não saber." Richard Carlson

Antes de abordar o tema da semana, dê uma pausa para procurar refletir sobre estas três questões: Com quem você aprendeu à lidar com suas finanças pessoais? Se você olhar o passado, num horizonte de 10 anos, você acredita que evoluiu em quais aspectos na forma de gerir as suas finanças pessoais? E a última questão é sobre o que você tem dedicado de tempo, para aprimorar ainda mais os resultados que você já atingiu na sua gestão financeira? Ficaram dúvidas né?
Não sei se foi devido à minha jornada de 25 anos em Banco, em que visitei mais de 2 mil empresas das mais diversas áreas, ou se pelas 9028 ( número até o final de 2019) pessoas em que já me relacionei em salas de aula/treinamento/consultoria, que percebi que ter as boas perguntas, muitas vezes, é bem melhor para o diálogo e uma boa comunicação, do que ter as prontas respostas. Para eu aprender a desenvolver isso, comecei a estudar mais sobre a importância da escuta ativa e, certa vez, ao participar de um curso de desenvolvimento humano pelo Banco, tive contato com o livro Human Dynamics da Sandra Seagal e David Horne, que me ampliou o olhar não somente em melhor me autoconhecer, como também a importância de escutar (diferente de ouvir).
O autoconhecimento, na parte financeira, só é possível quando você tem a curiosidade de compreender melhor sobre algo ou entender melhor a opinião ou resposta do outro, para assim formar ou aprimorar melhor a sua. Ninguém perde tempo com algo que não gosta (pelo menos assim deveria ser rsrs) e aí se as suas finanças não é um item relevante em sua vida, de qualquer jeito que você cuidar está tudo bem. O contexto atual está bem bagunçado neste aspecto.
Zigmunt Bauman já disse em seu livro, sobre o contexto da sociedade líquida atual, que a incerteza foi sempre o chão familiar da escolha. Há perfis de pessoas que sempre querem ter a resposta final para tudo, a opinião já definida e formada sobre tudo e, nisso, a possibilidade de se praticar a empatia, na minha opinião, fica restrita. Quando na época do Banco, um gerente do meu time ia visitar um nova empresa, eu dava uma dica: deixa o futuro cliente falar sobre a sua história, como ele montou seu negócio etc., e aí sim, ao final, você mostra os produtos e serviços do Banco, pois, após conhecê-lo melhor, você terá muito mais possibilidades de verificar em como atendê-lo ante às suas necessidades, do que em si falar somente daquilo que é o nosso interesse.
Mas qual a relação disso com as Finanças Pessoais ou Empresariais?
Muitas pessoas definem padrões para cuidar das finanças, das mais variadas formas ou sem nenhuma forma. Uma grande parte da população, ou mesmo das pequenas ou médias empresas, tiveram o seu primeiro contato com a forma de gerir as finanças na própria família, com o primeiro emprego e/ou primeira conta bancária, com amigos, gerente do banco etc.
Já, na outra ponta, uma fração bem menor da população foi buscar estudar mais sobre finanças pessoais, mudar sua trajetória de vida financeira, ler mais livros do assunto, pesquisar sites da área e buscar maiores dados, aproveitando assim a ampla gama de informações disponível no mercado, para ampliar o seu conhecimento e possibilitar uma escolha, na decisão de um investimento, mais assertiva.
E como a questão das finanças então pode beneficiar um público bem mais amplo de pessoas físicas e empresas?
Sentir-se à vontade por não saber. Quem não tem respostas, vai em busca delas. Na sua área de atuação, independente de qual for, tenho a impressão que se você não se atualizar, o mercado o expele e você fica para trás. Nas forma de você cuidar das suas finanças também é assim, pois mesmo para quem já é da área, o volume de informações é gigantesco e dinâmico, pois mudam a todo momento.
Como exemplo, há mais de 350 empresas listadas com ações na Bolsa de Valores e que publicam seus resultados trimestralmente. É praticamente impossível você querer dominar informações de todas as empresas e de todos os segmentos nela existentes. Uma dica que costumo dar para um bom início: escolha três para estudar, antes de investir. Separe os principais indicadores que você quer saber sobre estas três empresas e o seu relatório de administração, para saber dos resultados apresentados e das perspectivas da mesma para os próximos anos. Deixo aqui um exemplo do relatório de administração do Laboratório Fleury (FLRY3). No google basta digitar o nome da empresa do seu interesse + a palavra RI que você terá o link disponível. Dedique 30 minutos ou uma hora, conforme sua disponibilidade, para compreender estas informações, anote as dúvidas para depois compreender melhor. Perceba que todas as informações das empresas de capital aberto são públicas.
Leve estas dicas para treinar sobre outros investimentos: Tesouro Direto, Fundos de Investimento, CDB etc. não para se tornar um perito em finanças, mas sim para tomar decisões mais seguras com o seu dinheiro.
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Uma ótima semana para todos e vamos ao resumo do mercado financeiro.
Vamos ao RESUMO DA SEMANA NO MERCADO FINANCEIRO BOLSA DE VALORES
E como ficou a Bolsa nesta semana? Muita volatilidade, com notícias internas e externas que deixaram o índice meio maluco.
A Bolsa fechou a última sexta em queda de 1,81%, aos 98.289,71 pontos. No mês, o índice está negativo em retração 1,09% e -15,01% no ano, ainda não recuperando as perdas do impacto da pandemia. O volume financeiro da sexta totalizou R$ 27,8 bilhões.
O Magazine Luíza (MGLU3) aprovou em assembleia decidir fazer o split das ações (desdobramento). Exemplo: vamos que você tem uma ação no valor de R$ 10,00 de uma determinada empresa e essa empresa decidiu fazer o desdobramento, de uma para duas, reduzindo o preço de R$ 10,00 para R$ 5,00. Você passar a possuir duas ações no valor de R$ 5,00 totalizando o mesmo valor anterior, ou seja, não há ganho nem perda nesta situação.
DÓLAR
O dólar avançou na semana +2,79% fechando a uma cotação de R$ 5,3776.
EMPREENDEDORISMO
Uma notícia que nos dá um “esperançar” para esta retomada da Economia. Apesar de a pandemia ter afetado a atividade econômica em todo o país, o Brasil registrou a abertura líquida de 782.664 empresas no segundo quadrimestre do ano, de acordo com dados divulgados ontem pelo Ministério da Economia. Como era de se esperar, muitas empresas também fecharam as portas: 331.569 de maio a agosto; mas o lado positivo é que esse número representa um volume 6,6% menor de fechamentos que o dos primeiros quatro meses de 2020.
EMPREGO
Conforme dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) a taxa de desemprego no Brasil aumentou de 13,2% na terceira semana de agosto para 14,3% na quarta semana do mês.
A população desempregada foi estimada em 13,7 milhões de pessoas na quarta semana de agosto, cerca de 1,1 milhão a mais que o registrado na terceira semana do mês, quando essa população totalizava 12,6 milhões.
FUNDOS DE INVESTIMENTO
De acordo com a ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), o volume administrado pelas gestoras de patrimônio alcançou R$ 223,4 bilhões no primeiro semestre deste ano. Isso representa um aumento de 7% em relação a dezembro do ano passado. Entre os ativos financeiros, grande parte é de investimentos em cotas de fundos de terceiros, como as dos Fundos Multimercados, que representam 24,7% do volume total.
FUNDOS IMOBILIÁRIOS
IFIX: o índice de referência dos Fundos de Investimentos Imobiliários, O IFIX apresentou nesta última sexta-feira (18), uma desvalorização de 0,08%, fechando o dia aos 2.797,82 pontos. No acumulado do mês de setembro e ano de 2020, a variação do índice é de +0,56% e -12,30%, respectivamente.
INFLAÇÃO
Os economistas ouvidos pelo Focus do Banco Central projetam um IPCA de 1,94%, abaixo do piso mínimo da meta oficial de 4% - é tolerável que a inflação fique 1,5 ponto percentual acima ou abaixo do centro da meta. Em 2021, a estimativa é de um IPCA a 3,01%.
OURO
A cotação do grama do Ouro sofreu uma queda na semana e fechou com o valor de R$ 337,95. Como parâmetro, em 19 de setembro de 2019 o grama estava cotado em R$ 200,84 o que representa uma valorização de 68,27% no período.
PRODUÇÃO INDUSTRIAL
De acordo com os dados do IBGE, a produção industrial de julho cresceu 8% em relação ao mês anterior, concluindo o terceiro mês seguido de alta, sendo que 25 dos 26 setores apurados na pesquisa mensal registraram crescimento. No acumulado de 12 meses, a taxa da produção ainda está negativa em 5,7%.
SELIC
Na última quarta-feira, o COPOM Comitê de Política Monetária do Banco Central manteve taxa básica de juros em 2% ao ano. A decisão foi unânime e confirma a expectativa do mercado de manutenção do atual patamar da taxa, que está na mínima histórica.
Nos Estados Unidos, o Fed decidiu manter a taxa de juros inalterada, entre 0 e 0,2%. O estímulo para gastar fica mantido na economia americana, indicando que as taxas mais próximas do zero até pelo menos 2023.
Uma ótima semana para todos!
Fonte: Fontes: Amazon; ANBIMA; Banco Central do Brasil; Bullion-Rates; Capital Research; Capitalizo; CNN Business; Corecon; Dica de Hoje; Dinheiro Rural; Faria Lima Elevator; How Much; Minhas Economias; Nord Research; Suno Research; XP Investimentos; Warren
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