“Em um cenário de estabilidade, os preços ficam estáveis; em um cenário de instabilidade e de ameaça de inflação, os mais fortes começam a subir os preços altos e quem mais ganha é o governo.” Economista, Prof. e Dr. Roberto Luis Troster
Nesse período de instabilidade econômica continuamos firmes no propósito em conscientizar cada vez mais o nosso leitor, em compreender os acontecimentos que envolvem a Economia e, por consequência o nosso bolso. Precisamos falar sobre a inflação.
Você já se deu conta que a sua renda não tem acompanhado, na mesma intensidade, a alta dos preços dos produtos e serviços que habitualmente você consome? Bem-vindo ao mundo da inflação! Os baby boomers (pessoas nascidas entre 1945 e 1964) ou mesmo a geração X (nascidos no período de 1965 a 1984), nascidos no país, conhecem bastante desta realidade.
Desde o plano Real, implantado em 1994, passamos a conviver com um certo equilíbrio no comportamento dos preços da economia e da renda. Mas, tivemos inflação neste período desde o plano Real? Sim. De 1994 até o primeiro trimestre deste ano a inflação cresceu assustadores 4.370% no período de quase 30 anos. Porém, como parâmetro, a inflação brasileira na década de 80 foi de 39.043.765%.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO?
A inflação, desde a pandemia, tem mostrado as caras não só em nosso país, como no mundo. Com o estopim da guerra da Ucrânia x Rússia esta situação só se agravou. E, para agravar ainda mais, com o intuito de controlar a inflação, as equipes econômicas dos Governos mundiais têm aumentado a taxa de juros básica.
O próprio dirigente do Banco Central Europeu, Joachin Nagel, comentou sobre a necessidade de elevar os juros básicos devido à alta inflação do bloco econômico, que foi intensificada ainda mais com a guerra na Ucrânia. O risco está em se errarem a mão e a inflação não baixar, pois, isso poderá acentuar ainda mais a crise econômica em diversos países.
Em nosso território, a má notícia da semana foi a divulgação do IBGE, na manhã da última sexta-feira (8), do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de março, que teve uma alta de 1,62% num único mês, sendo a maior em 28 anos, e que representa praticamente quase a metade da meta de inflação para este ano todo do Governo de 3,5%. Os principais causadores foram dos setores de transportes, que teve uma alta de 3,02%, puxada principalmente pelo aumento nos preços dos combustíveis, além de alimentação e bebidas com alta de 2,42%.
No ano, o indicador acumula uma alta de 3,20% e, nos últimos 12 meses, de 11,30%. observados nos últimos 12 meses.
O QUE ISSO AFETA OS SEUS INVESTIMENTOS?
A inflação alta afeta o ganho real dos investimentos (taxa ganha acima da inflação) e um risco de mercado para os investimentos da sua carteira que estão prefixados, pois, por exemplo, se você investiu há dois anos em algum título prefixado, provavelmente sua taxa nominal estava em um dígito e, neste momento, está perdendo para a inflação.
Outra situação que pode ocorrer é um desestímulo aos investimentos na Bolsa de Valores, pois com taxas de juros atraentes nos títulos indexados públicos e privados, o investidor evita maior exposição a risco.
QUAIS ALTERNATIVAS E CUIDADOS COM OS INVESTIMENTOS, NESTE PERÍODO DE INFLAÇÃO?
Como parâmetro, se você quer obter uma média de 1% ao mês nos seus investimentos, você formará um acumulado de 12,68% ao ano.
Você só deve ficar atento, pois, como o Banco Central pretende ainda elevar mais uma vez a taxa de juros básica da economia, a Taxa SELIC pode bater a casa acima dos 13% ao ano. A Taxa de Juros futuros DI também está projetada para 2023 em 12,98% ao ano e a Taxa SELIC em 9%, conforme Boletim Focus.
Neste cenário de instabilidade, a proposta é buscar ofertas atrativas dos Bancos, porém com alguns pontos de atenção. Algumas dicas:
— Evitem prazos longos para as suas operações, principalmente devido às marcações a mercado até o vencimento do título e riscos. Há títulos privados de longo prazo oferecendo taxas muito atrativas, porém, fiquem atentos à classificação do risco da Empresa ou Banco que está ofertando, pois, seu investimento pode estar exposto ao risco de crédito (falta de capacidade de pagamento do devedor honrar seus títulos junto aos credores).
— Operações prefixadas somente se ofertarem mais de 13% ao ano e se for para no máximo um ano.
— Operações indexadas com o Tesouro IPCA+ ou NTN-B (título do Tesouro Nacional indexado à inflação), ou mesmo títulos privados de Bancos indexados à inflação (CDBs), costumam ser os mais procurados para cumprir esse papel de proteção da inflação e ainda oferecer uma taxa de ganho real.
— Operações pós-fixadas atreladas ao CDI também são viáveis. Só fiquem atentos quanto às taxas que os Bancos sobre o CDI. A Taxa do CDI atualmente está em 11,65% ao ano. Ou seja, se um Banco estiver oferecendo 100% do CDI, quer dizer que você estará ganhando em torno de 11,65% ao ano, se assim se mantiver constante. ATENÇÃO: há Bancos oferecendo módicos 87% da taxa do CDI pelo seu dinheiro aplicado. Ou seja 11,65 x 0,87 = 10,14% ao ano de rentabilidade e você estará perdendo para a inflação. Em contrapartida, há Bancos oferecendo 105% até 120% do CDI conforme o prazo que você investir.
— Investimentos isentos de Imposto de Renda: uma outra opção será você pesquisar por títulos de LCI (Letras de Crédito Imobiliário) ou LCA (Letras de Crédito do Agronegócio), pois são isentas de imposto de renda. Vale a dica anterior de consultar o risco do emissor, para não se deixar levar apenas pela taxa mais alta, mas também pela segurança de receber o seu dinheiro de volta.
Exemplo: Como este título é isento de imposto, para você obter um ganho acima de 13% ao ano no prefixado, um LCI ou LCA devem oferecer uma taxa de 11% ao ano. Se for um titulo atrelado ao CDI, ambos precisam oferecer uma taxa próxima 99% do CDI para você ganhar acima dos 13%.
NO QUE UMA ASSESSORIA FINANCEIRA PODE AUXILIAR NA SUA ORGANIÇÃO FINANCEIRA?
Claro! Principalmente uma independente que não esteja vinculada a um Banco específico, e que nem tenha que ter obrigações com as metas de produtos de investimento que, por vezes, está mais auxiliando os ganhos da Instituição e de seus Assessores do que em si, o Investidor.
Se você quiser conhecer melhor a assessoria econômica e financeira da Fluir, agende um horário pelo nosso whatsapp e conheça a nossa plataforma de open banking. Em nosso site também detalhamos os serviços para pessoa física e jurídica. Fluir Investimentos, as suas finanças em dia!
Fontes: ADVFN; ANBIMA; Banco Central; CNN Business; CORECON; Dica de Hoje; EQI; Forbes; Infomoney: Insper; Mais Retorno; Money Times; Itaú Investimentos, Nord Research; Status Invest; Suno Research; XP Inc.
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