top of page

Marcação a mercado? O que isso tem a ver com os seus investimentos?

"As maiores recompensas vão para aqueles que resistem à sedução da gratificação imediata." William Green



Imagine uma situação em que você precisasse atualizar diariamente, e pelo valor de mercado, todos os ativos tangíveis do seu patrimônio como, por exemplo, sua casa, seu carro, seus eletroeletrônicos, eletrodomésticos etc. e, logo no início de cada dia, saber exatamente o quanto você tem de valor em patrimônio físico? E se você tivesse que fazer, por conta própria, uma atualização diária do valor real dos seus investimentos financeiros, chamado pelo mercado financeiro de Ativos? Vamos chegar num consenso? Isso seria extremamente inviável, pelo fato das nossas demandas pessoais e profissionais ao longo do dia.

Pois bem, os exemplos citados acima é o que podemos chamar de uma marcação a mercado. Mas, do que se trata esta novidade? Primeiro, não é uma novidade, mas vamos explicar melhor:

1) O que é uma Marcação a Mercado (MaM)?

Esta regra foi criada em 2002 com o objetivo de atualizar diariamente o preço unitário (PU) de um título de renda fixa levando em conta algumas variáveis como: conjuntura econômica, conjuntura política global e local, a relação de oferta e demanda por um determinado ativo e a emissão de novos ativos no mercado. A marcação a mercado procura atualizar diariamente os preços das cotas dos fundos de investimento, as ações negociadas em Bolsa e os títulos de renda fixa.

2) Por que isso é importante para o investidor?

A marcação a mercado traz mais transparência ao mercado, visando assim proteger os investidores que, principalmente, ficarão até o vencimento do título com aquele ativo, mas, por outro lado, precifica o real valor de um ativo para aquele investidor que deseja resgatar antes do vencimento. Então vale a informação: aqueles investidores que esperarem até o vencimento do ativo receberão exatamente o que foi combinado no ato da compra daquele investimento.

Os fatores que são levados em conta para essa precificação diária são: liquidez, tipo de rentabilidade do ativo, custos envolvidos na gestão desse ativo, e vieses comportamentais do investidor.

Vamos para um outro exemplo prático da marcação a mercado, mais ou menos próximo, daquilo que se faz num fundo de investimento?

Imagine que você está comprando um apartamento em um determinado condomínio, chegou no valor entre as partes para comprar aquele imóvel, porém, você desconhecia que a partir do mês seguinte à compra, você como condômino teria que arcar com um alto valor para uma obra de infraestrutura do prédio e esse valor seria rateado entre os condôminos. Vamos supor que você está pagando R$ 1 milhão no imóvel, mas o rateio da obra que você desconhecia será de R$ 100 mil. Você acharia justo pagar o mesmo R$ 1 milhão para o vendedor do imóvel, ou descontaria os R$ 100 mil futuros, pois você sequer sabia dessa obra? Posso acreditar que você gostaria de, no dia da compra, pagar o "valor de mercado" por causa deste custo imprevisto, ou seja, R$ 900 mil.

Dica: com este exemplo acredito que ficou claro que um ativo pode variar tanto de forma positiva como negativa na sua marcação a mercado.

3) Quais os tipos de marcação a mercado?

Temos dois tipos de marcação são: Marcação a MERCADO que está relacionada com as expectativas e condições da economia e a Marcação na CURVA onde os investidores acompanham a rentabilidade dos seus títulos de renda fixa considerando somente a taxa contratada no momento da aplicação para atualizar o valor dos papéis. Uma dica importante é que a marcação a mercado não é linear, mas sim, está sujeita as questões de oferta e demanda, volume negociado daquele ativo. Segue o exemplo a figura abaixo:


Fonte: ANBIMA

4) O que muda com a nova regra de 2023?

Desde 02 de janeiro de 2023 está em vigor a nova regra da marcação a mercado onde os distribuidores de investimentos irão atualizar os títulos de renda fixa adquiridos nas carteiras dos investidores e poderão escolher entre a marcação a mercado e a marcação na curva. A ANBIMA publica diariamente os preços dos ativos (mais de 900 ativos diferentes) e os Distribuidores poderão, preferencialmente, utilizar esses valores de referência para títulos públicos e privados.

Títulos públicos: serão atualizados diariamente

CRIs, CRAs e Debêntures: serão atualizados pelo menos uma vez por mês.

CDBs, LCIs e LCAs: A nova norma NÃO se aplicará nestes ativos.

Perceba que as vantagens para o investidor são grandes, pois teremos maior transparência nos preços unitários para o investidor, que deseja antecipar o vencimento do seu título, e traz maior segurança para que o investidor analise se vale a pena ou não resgatar aquele título de forma antecipada.

5) Você deve se preocupar com o efeito da marcação a mercado nos seus investimentos?

A resposta é simples. A MaM só se aplica aos investidores que desejam resgatar o seu título ANTES do vencimento, pois podem ocorrer variações negativas ao longo do período, mesmo sendo um título de renda fixa. Por isso o investidor deve evitar agir com reações emocionais ou precipitadas. Caso contrário, conforme já informado, no vencimento do título você receberá o que foi acordado entre as partes.

6) O Investidor poderá escolher se prefere marcação a mercado, ou marcação na curva?

Neste caso, somente o Investidor Qualificado (o investidor que possui mais de R$ 1 milhão investidos no mercado) é que poderá optar. A grande massa dos investidores ficará com a marcação a mercado.



Fontes: ANBIMA; Infomoney; Nord Research; Suno Research




18 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

コメント


bottom of page