"Ensina a criança no caminho em que deve andar e, quando ainda for velho, não se desviará dele." Provérbios 22:6
Bom, antes de começar o tema, desejo um Feliz Dia dos Pais aos leitores e seguidores do blog da Fluir Investimentos.
Indo agora ao tema, tenho o hábito de falar em salas de aula que a minha geração (tenho 55 anos) aprendeu a educação financeira de uma forma muito primária, ou quase nula, pois simplesmente não existia o tema Educação Financeira nas Escolas e sequer um acesso a conteúdo tão amplo, como agora temos, relacionado às finanças pessoais.
Então, como se aprendia sobre educação financeira no meu tempo de infância?
Os primeiros contatos que tive com o dinheiro (ou que podemos chamar hoje de Educação Financeira) foi ao ler os gibis do Tio Patinhas do Walt Disney (conforme a imagem abaixo) vendo o seu cofre cheio de dinheiro e onde ele tinha por hábito nadar nesse dinheiro todo e sempre economizar. Ficava curioso em saber porque uma pessoa guardava dinheiro.
Um outro contato foi de ver em casa uns cofrinhos de plástico (era um brinde usual dos Bancos com Caderneta de Poupança), na forma de um porquinho, que servia para guardar as moedas e um momento fascinante desse porquinho era quando ele estava cheio e aí tinha que cortar o cofrinho para contar as moedas e trocar em dinheiro.
A notícia ruim é que meu pai nunca me falava qual destino ele dava para aquelas moedas e eu continuava na minha vida de criança esperando novamente um cofrinho ficar cheio e ver aquele "corpo" do porquinho ser aberto por uma tesoura e o dinheiro novamente ir embora de casa.
Durante toda a minha infância, adolescência e juventude, não me lembro de ter tido algum ensinamento sobre educação financeira em casa, na escola ou com os amigos. Ah, para não ser injusto, lembro de brincar na casa de uns amigos, com o jogo Banco Imobiliário, mas era pura diversão e às vezes constrangedora quando eu ia à falência rsrs.
E como aprendi educação financeira na fase adulta?
Fui para o mercado de trabalho e depois fiz uma Faculdade. Entrei num Banco que lidava o tempo todo com o assunto dinheiro, entendi na época (entrei no Banco com 14 anos) que eu ganhava um salário mensal que era até legal para comprar coisas, mas não sabia o que era investir. Fui finalmente para a Faculdade, estudei por cinco anos as Ciências Econômicas e, diante de inúmeras disciplinas, não tive nenhuma relacionada às finanças pessoais, ou mesmo algum dos excelentes professores que tive cedia um tempo ao aluno para bater um papo sobre como cuidar melhor do dinheiro.
Resumindo, só fui entender efetivamente Educação Financeira com o lendário livro Seu Futuro Financeiro: Você é o maior responsável, do autor Louis Frankenberg.
Você que é Pai, quais recados gostaria de deixar sobre a Educação Financeira:
1) Tenha visão de futuro para os seus Filhos: Possibilite uma forma (que não seja chata ou irritante) de falar do assunto dinheiro quando os seus filhos ainda estão crescendo ou mesmo ingressando no mercado de trabalho. Nas empresas pouco se fala sobre sobre finanças pessoais e muitos jovens acabam se atrapalhando nas suas finanças, pois não foram orientados sobre o assunto. Se possível, o oriente sobre como fazer a primeira gestão do seu salário e deixar parte dele para os sonhos e objetivos futuros. O dinheiro deles não é para apenas ser utilizado no consumo, passeios e festas, mas sim, é o melhor momento da vida para poupar e investir no futuro.
2) Procure ter a sua independência financeira, para que os seus Filhos possam alçar seus voos e conquistar seus objetivos pessoais ainda maiores que os seus: vez ou outra recebo alguns questionamentos sobre os motivos de eu querer investir dinheiro, nesta fase da vida, e não "aproveitar a vida" (confesso que ainda não entendo o que algumas pessoas entendem por "aproveitar a vida" porque eu sei que aproveito, e muito, na minha forma de ser e ver a vida. O eterno conflito entre preço e Valor). Uma vez um professor me questionou: Renato de que adianta ficar "guardando" dinheiro e, de repente, você morre e deixa tudo para as suas Filhas? Parei, olhei e devolvi: mas isso não é bom? Minhas Filhas são minha vida.
Em sala de aula, certa vez um adolescente me fez um questionamento também para cutucar: Professor, qual a vantagem de eu guardar dinheiro e aí eu morro e deixo tudo aqui na terra? Parei, olhei e também devolvi: mas, e se você viver até uns 90, 100 anos, quem vai te sustentar? Eu prefiro ver a metade do copo que está cheia (que eu irei viver e muito) do que a metade vazia (que posso morrer cedo).
3) Tenha propósito, compromisso e gratidão com o esforço do seu trabalho
Cuide de suas finanças com sabedoria, e com a mesma sabedoria que você cuida da sua atividade profissional ou empreendedora. Estabeleça objetivos futuros que sejam desafiadores, mas alcançáveis, para que o investir dinheiro HOJE, tenha um sentido para o AMANHÃ. Enfim, tenha gratidão por tudo o que você já passou, aprendeu e poderá ainda transformar no seu planejamento financeiro, pois, toda a mudança nessa área, começará por VOCÊ.
Novamente, um FELIZ DIA DOS PAIS!
Comments