"A vida que você salva pode ser a sua."
Thomas Schelling Economista e Prêmio Nobel de Economia
Você já se deparou com alguma situação em que, devido uma teimosia ou apego de sua parte à uma determinada decisão, percebeu que tomou uma decisão errada, mas não quis ceder? Pois é, seja bem-vinda(o) ao conceito econômico que chamamos de Falácia dos Custos Irrecuperáveis, também conhecido por sunk costs.
O comportamento, através dos autores Arkes, H. R., & Blumer, C. (1985), The psychology of sunk costs, a psicologia econômica e a economia comportamental têm abordado bastante este tema, quem tem uma relação muito clara com as decisões pessoais e profissionais da sociedade moderna e também do ambiente de negócios, na insistência muitas vezes de projetos e objetivos que perderam o sentido. O termo falácia vem exatamente de um argumento do que é logicamente inválido. Nesse conceito, nosso negacionismo é tão grande que buscamos informações que somente reforcem o ponto de vista da nossa teimosia.
Quais exemplos em que podemos perceber decisões erradas de nossa parte?
A verdade é: relutamos em aceitar e assumir perdas ou decisões erradas. Essa relutância vem muitas vezes do nosso próprio ego, de um status quo em ter que assumir um certo fracasso diante de amigos, familiares ou chefes, e que a escolha não foi a melhor. Talvez, em alguns projetos, foram investidos tempo, dinheiro e um envolvimento emocional tão grande de nossa parte, que pode cegar a lucidez diante de uma decisão mais dolorida, porém sensata e que pode nos permitir seguir em frente e de uma forma melhor. Alguns exemplos? Vamos lá:
Emprego: muitas vezes estamos de certa forma acomodados em um determinado cargo ou função, insistimos por muitos anos naquela mesma empresa e deixamos de buscar novas oportunidades, exatamente por achar que não temos mercado ou competência para alçar novos voos.
Empreendedorismo/Negócios/Vendas: empreendedores que insistem em manter certo produto ou serviço no portfólio da empresa, mas que está trazendo mais prejuízo do que resultados, por ficar demandando recursos de forma sistemática e com baixo retorno. Pode nos ajudar muito reconhecer a fase de declínio no ciclo de vida de determinado produto ou serviço e, com isso, abrir espaço para a inovação.
Marketing: Em pleno século 21 ainda percebo uma resistência muito grande por parte dos profissionais de marketing (em blogs, mídias digitais, podcasts etc.) em convidar profissionais da área financeira para compreender melhor o ecossistema dos negócios. Agem como se fossem áreas inimigas e não correlatas. Algumas empresas insistem em investimentos "tradicionais" de marketing e resistem às mídias digitais porque sempre funcionou assim.
Mercado Financeiro: investidores que insistem em determinados investimentos, que já se provaram que não darão retorno, mas preferem inclusive aportar mais recursos financeiros e de tempo, em algo que já se provou inviável e, com isso, corre-se o risco de perder ainda mais dinheiro.
Bom, podemos levar o conceito da falácia dos custos irrecuperáveis para relacionamentos afetivos, espiritualidade, conflitos societários e por aí vai, mas não é minha praia para o blog rsrs.
O que fazer se eu perceber e assumir que entrei neste círculo vicioso da falácia dos custos irrecuperáveis?
Irei utilizar uma máxima no mercado de ações que, muitas vezes, o seu "lucro" é uma perda de 15%. E o que quer dizer isso? É que você tem tempo de pular de uma barca furada, parar de insistir em algo que não mais se justifica, em assumir um erro e MUDAR!
1) Assuma os erros das decisões erradas: Escuto algumas vezes em minhas consultorias de pessoa jurídica e física, uma verdadeira "caça aos culpados" da situação financeira atual pessoal ou empresarial. Sobra para o governo, para a família, para o cônjuge, filhos, Banco, Economia, Políticos, Inflação e por aí vai, menos para quem é o protagonista da decisão errada. Assuma o erro, corrija enquanto é tempo e transforme a sua forma de atuar em determinada situação.
2) Stop Loss em suas decisões: Capacidade de dizer não ou um basta! O termo stop loss, no mercado financeiro, serve para você definir para a corretora que você aceita uma perda até determinado limite. Por que você está insistindo em algo, seja seu emprego, carreira, faculdade, velha amizade, novo negócio, produto, serviço, colaborador(a), sócia(o) etc.? Tenha a capacidade de dizer chegamos até aqui. Dê um limite e isso serve pra várias áreas da nossa vida. Irá te fazer bem.
3) Novos objetivos, novas metas, novas decisões: Você sofrerá uma certa rejeição quando rompe ciclos. Na minha época de bancário, o "caminho natural", ao sair do meu último emprego, seria o de continuar em Banco e não alçar novos voos. O voo assusta a ambos. Da minha parte quando fui para o setor da Educação e da minha própria Consultoria, e expliquei à minha família que não gostaria de voltar para o Banco, foi difícil a transição e os que estavam na minha antiga área não compreendiam sair de tal status quo para até ganhar menos. Depois quase 12 anos neste novo ambiente, percebi que valeu a pena, mas continuo a me desafiar.
Trace novos objetivos para o seu negócio, para a sua carreira, para as suas funções atuais etc. ESTUDE! Precisamos gerar "tensões" em nosso dia a dia, de coisas que nos desafiem, nos provoquem e que tenhamos a capacidade de enfrentar o medo ou o deserto por algum tempo.
"Melhor arriscar com a ousadia do que com a trivialidade." Peter Thiel
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Uma ótima semana para todos e vamos ao resumo do mercado financeiro:
BOLSA DE VALORES
A Bolsa, sofreu mais uma semana com notícias do aumento da inflação, possível aumento da taxa SELIC para conter o consumo e ainda a situação fiscal gravíssima do país. Fechou a sexta negativa em 0,45% aos 97.483,31 pontos. No mês, o índice está negativo em 1,9%, no ano de 2020 -15,7% e nos últimos 12 meses a rentabilidade continua negativa em 6,11%. O volume financeiro da sexta totalizou R$ 26,79 bilhões.
DI
O DI fechou na última sexta com uma taxa de 1,9% ao ano. No mês de setembro o CDI rendeu 0,16%, no ano de 2020 2,28% e nos últimos 12 meses 3,54%.
Para janeiro de 2022 fechou a projeção de 3,23% ao ano, 4,67% para janeiro de 2023 e 6,56% para janeiro de 2025. Para janeiro de 2027 a Taxa DI projetada já sobe para 7,54%.
DÓLAR
O dólar à vista fechou a sessão em queda de 1,12% com a cotação a R$ 5,5250 na venda. No mês de outubro, o dólar está com uma queda de 1,53%. Já, no ano de 2020, acumula uma alta de 37,45% e nos últimos 12 meses uma alta de 34%.
FUNDOS IMOBILIÁRIOS
IFIX: o índice de referência dos Fundos de Investimentos Imobiliários, O IFIX apresentou nesta última sexta-feira (09), uma valorização de 0,11%, fechando o dia aos 2.807,77 pontos. No acumulado do mês de outubro e ano de 2020, a variação do índice é de 0,46% e -12,19%, respectivamente. Já nos últimos 12 meses a rentabilidade apresentada é de 4,12%.
INFLAÇÃO
A inflação tem mostrado suas garras, diante do aumento de preços de produtos e serviços essenciais. O IPCA Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (índice oficial do Governo) subiu 0,65% em setembro, o maior valor para o mês desde 2003.
OURO
A cotação do grama do Ouro teve uma variação positiva de 0,7% no dia. cotado a R$ 343,23. No mês de Outubro o Ouro apresenta está positivo em 0,89%, no ano uma alta de 75,17% e, nos últimos 12 meses, tendo como parâmetro, a cotação em 02 de outubro de 2019 onde o grama estava cotado em R$ 198,95 o que representa uma valorização de 72,52% no período.
TESOURO DIRETO
O IMAB-B (Índice de Mercado ANBIMA) Este índice tem na carteira os títulos públicos conhecidos como NTN-B, papéis indexados ao índice oficial de inflação, o IPCA. No mês de setembro sofreu uma queda de 1,51%, no ano está negativo em 0,72% e nos últimos 12 meses deu a rentabilidade de 2,11%.
Fontes: ANBIMA; Bullion-Rates; Capital Research; Capitalizo; Chicago Investimentos; CNN Business; Corecon; Dica de Hoje; Endeavor; Faria Lima Elevator; Geekonomics; How Much; Minhas Economias; Nord Research; Sebrae; Suno Research.
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