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Qual a relação entre o arroz e o investidor do mercado de ações?

"Para a nossa avareza, o muito é pouco; para a nossa necessidade, o pouco é muito."



A pauta do blog da Fluir desta semana está concentrada nesta imagem. Vi esta foto circulando nas redes sociais, infelizmente não consigo dar o crédito ao fotógrafo ou a quem de direito, pois não sei quem a fez e nem sei se é real, fake e nem tenho o interesse de fazer um trabalho investigativo desta imagem. Só quero escrever com base nesta imagem.

Afinal, o ser humano é ou não racional em suas decisões?

A Economia clássica tem um pressuposto que diz "Se nada mais mudar", conhecido economicamente por "Ceteris Paribus", onde o ser humano agirá de forma racional e irá procurar atingir seus objetivos individuais se tudo ocorrer dentro do planejado. Em 2020 a pandemia da Covid-19 invadiu o planeta e o mundo ficou ainda mais inconstante e repleto de incertezas. O ser humano gosta que as coisas corram de forma perfeita, simétrica, mas o ambiente em que vivemos é cheio de assimetrias nas mais diversas situações e cenários. (Quem não lembra do clássico livro "Quem mexeu no meu queijo?" do Spencer Johnson?)

Diante das incertezas e da escassez, a maioria dos seres humanos tem a tendência de ficar mais egoísta, procurando que o seu bem-estar prevaleça aos dos demais. No início da pandemia, vimos a corrida aos supermercados, parecendo que haveria uma guerra ou uma invasão de alienígenas que dominariam o planeta no mais perfeito imaginário americano, e todo mundo foi às compras de comida e encherem seus carrinhos. O próximo??? Ah esquece, agora é cada um por si. E foi assim no papel higiênico, no álcool gel etc. E o mais incrível era a cara de satisfação de uma pessoa, quando conseguia comprar várias unidades de um determinado produto, mesmo que essa atitude prejudicasse o próximo que não teria mais o produto disponível ou teria que pagar mais caro pelo mesmo.

A foto acima sintetiza o que conversei até aqui. UMA pessoa está com 16 pacotes de 5 quilos de arroz (80 quilos de arroz!) no carrinho, produto agora que é a bola da vez da mídia (e esta, infelizmente, contribui muito para a foto que vemos) que é o arroz. Se utilizarmos o conceito da economia clássica, primeiro o ser humano compraria somente o necessário para se manter, sem precisar estocar, ou talvez nem comprasse o produto, para participar da guerra entre oferta e demanda e ver quem ganharia. Substituiria por outros bens. Mas não! no mundo atual a irracionalidade está tomando conta, sendo objeto de estudo pelos economistas da linha comportamental. Diante da falta de algo o ser humano tende a saber como pode tirar algum proveito para não sair no prejuízo, mesmo que tenha que pagar um preço bem maior por isso, pois o que importa é sair "vencedor" dos demais (exemplo atual dos que teimam em não usar máscaras e batem boca com as pessoas e estabelecimentos).

E o que tem a ver o investidor de ações com esta imagem?

No mercado de ações há muitos "engenheiros de obra pronta" e que assustam os novos investidores, pois só falam do que aconteceu, mas não sobre o futuro. Poxa, quem não gostaria de saber comprar exatamente no ponto exato da maior baixa de um determinado ativo e vender exatamente no dia antes de uma queda, sejam ações, ouro, dólar etc? Quem não gostaria de ter a plena certeza que o seu carro nunca será roubado ou sofrerá uma batida? Quem não gostaria de ter plena a certeza que a viagem tão planejada e sonhada acontecerá como o previsto, pois na hora compramos apenas uma expectativa. Quando alguém te falar que soube prever isso, pula fora da prosa, pois não existe ciência exata nas escolhas, existe sim, os erros e acertos das suas escolhas. Mas por que então fazemos planejamento se sempre há risco? Risco, sempre teremos em nossas decisões e não é somente no mercado de ações. Teremos incerteza quanto ao emprego, carreira, relacionamento afetivo, plano de vida, filhos ou não, gastar ou investir, seu futuro imóvel, seu futuro carro, se terá condição de pagar ou não, e por aí vai. O mundo é assimétrico, por isso fazemos seguro do carro, de vida, de acidentes pessoais, pagamos plano de saúde, previdência privada, investimos dinheiro etc. Fazemos planejamento e cuidamos com bastante cuidado do hoje, para minimizar o risco ou evitá-lo o máximo possível ao longo da vida.

Nesse ritmo e conceito de achar que tem que sempre sair ganhando dos demais é que os cassinos, casas de jogos de azar, pôquer (faz tempo que não ouço falar mais dos milionários jogadores brasileiros rsrs), casa de apostas, traders vendedores de "cursos, pirâmides de "milionários" etc. se entubam de rios de dinheiro das pessoas desesperadas por riqueza rápida, pois a ganância de vencer e mostrar que sabe mais que os demais, faz com que muitas pessoas percam todo o seu dinheiro e esperança com essas coisas.

O mercado de Ações não é um jogo, é um INVESTIMENTO e que possui risco

Não entre no mercado de ações para ganhar dinheiro rápido. Uma enxurrada de investidores perde dinheiro, pois compram na alta (semelhante a foto do arroz) e, quando a Bolsa passa por alguma turbulência, e rapidamente vendem como se tudo fosse acabar amanhã diante de qualquer notícia (exemplo: você tentar vender o seu estoque de "arroz" que sobrou e perceber que os mercados estão cheios do produto novamente nas prateleiras e mais barato que o seu) e novamente o dinheiro volta aos poderosos que detém a maior parte dos volumes da bolsa.

E o que é então investir de forma Racional na Bolsa?: É simples de se dizer: faça um planejamento, estude, aplique de forma constante, tenha visão de longo prazo e acompanhe as notícias das ações das empresas em que você se tornou sócio. São mais de 300 empresas na Bolsa brasileira (nos EUA quase 7 mil), então relaxa, pois sempre haverá uma ação que rendeu mais que a sua, mas também terá ação que caiu mais que a sua. Isso é mercado! (semelhante ao mercado de trabalho, onde sempre terá alguém que ganha mais que você na mesma função em outra empresa, mas também terá gente que também ganha menos que você numa outra empresa). Pare de olhar a grama do vizinho e cuide melhor do seu jardim rsrs. E, vale a dica e muito importante, o investimento destinado para ações é uma parte da sua reserva, pois você precisa distribuir os recursos em Fundos de Renda Fixa, Tesouro, Ouro, Dólar etc. Quer uma dica de um grande investidor de Bolsa, já falecido, com um livro muito didático? Faça uma pesquisa do livro do Décio Bazin. Nesta semana, dia 16 teremos 6 meses desde que foi anunciada a "quarentena" no país e será interessante analisarmos o desempenho dos investimentos neste período. Sabedoria, prudência e constância em seus atos são as regras deste caminho.

Quer estudar mais sobre investimentos, ou elaborar seu planejamento financeiro? Entre em contato com a Fluir e conheça os serviços para Pessoa Física no site. A primeira consultoria diagnóstica é gratuita.

Uma ótima semana para todos e vamos ao resumo da semana no mercado financeiro.

BOLSA DE VALORES

O Ibovespa nesta semana seguiu volátil, seguindo o comportamento das bolsas no exterior. O Ibovespa fechou a sexta em queda de 0,48% e 98.363,22 pontos. Conforme analistas da XP Investimento três motivos foram fundamentais para essa volatilidade no mercado interno: 1) dúvidas quanto ao impacto econômico dos programas assistenciais (auxílio emergencial, renda Brasil; 2) a questão da manutenção do teto de gastos; 3) e a permanência do Ministro Paulo Guedes no Governo.

No mercado brasileiro a ação da Petz (PETZ3), rede de varejo de produtos para animais de estimação, lançou a ação de R$ 13,75 em sua Oferta Pública Inicial (IPO). Na sexta-feira a cotação fechou em R$ 16,75 com uma alta de 21,82% no dia. Considerando os lotes extras, a oferta movimentou um pouco acima de R$ 3 bilhões, onde do total captado na oferta primária, a Petz destinará 85% à abertura de lojas e hospitais veterinários.

Na terra do Tio SAM, os principais índices recuaram pelo terceiro pregão consecutivo, puxados pelas empresas de tecnologia. Um dos recuos foi da empresa Tesla, que sofreu um revés em suas ações por ter ficado de fora da carteira do S&P 500. As empresas de tecnologia, mesmo com os ajustes, ainda apresentam fortes altas no período. As empresas Facebook, Amazon, Apple, Tesla, Microsoft, Alphabet (controladora do Google) conhecida pelo termo "FAAMG" perderam mais de US$ 1 trilhão em valor de mercado em menos de 10 dias. Um caso interessante é da Netflix, pois, enquanto muitas companhias querem entrar para o seleto grupo de gigantes de tecnologia, a Netflix vai na contramão, alegando que a sua empresa é de entretenimento e não tecnologia.



Já o mês de agosto foi histórico para as Bolsas americanas: O S&P 500 teve o melhor desempenho desde 1986, o Dow Jones teve o seu melhor mês desde 1984 e o índice Nasdaq registrou o mês de agosto mais forte desde 2000. Alguns economistas e analistas de mercado questionam se não é uma nova bolha de tecnologia, só que bem diferente do contexto da bolha das pontocom do início do século 21.

DÓLAR

O dólar fechou em leve alta ante o real, revertendo queda de mais cedo, com investidores demandando proteção antes do fim de semana depois de mais uma sessão instável nos mercados internacionais. A moeda americana avançou 0,20% na sexta e fechou o dia cotada a R$ 5,3348.

FUNDOS DE INVESTIMENTO

Conforme relatório da Anbima, a Indústria de fundos já registra captação de R$ 146 bilhões no ano. Os Fundos da classe multimercados cresceram R$ 71 bilhões e o os Fundos de ações R$ 61 bilhões representam os maiores crescimentos.


FUNDOS IMOBILIÁRIOS

IFIX: o índice de referência dos Fundos de Investimentos Imobiliários, fechou nesta sexta-feira com uma desvalorização de 0,04%, aos 2.791,80 pontos. No acumulado do mês de setembro é de 0,35% e no ano de 2020, a variação do índice ainda está negativo em 12,67%.

INFLAÇÃO

Projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficaram em 1,78% neste ano e 3% em 2021. No dia foi divulgada a inflação de agosto do IPCA (índice oficial de inflação do governo) que ficou em 0,24% e com 2,44% nos últimos 12 meses.

A maior variação veio dos transportes (0,82%) pelo terceiro mês seguido devido à alta do preço dos combustíveis. Alimentação e bebidas fecharam com alta de 0,78% influenciados principalmente pela alta nos preços do tomate (12,98%), óleo de soja (9,48%), leite longa vida (4,84%), frutas (3,37%) e das carnes (3,33%). O Arroz, atual “vilão” dos consumidores subiu 3,08% e já acumula uma alta de 19,25% no ano. Os artigos de residência (0,56%) e habitação (0,36%). No lado da retração, a maior queda veio do setor da Educação (-3,47%) que contribuiu para uma queda de 0,22% no resultado da inflação.

OURO

A cotação do grama do Ouro sofreu uma queda na semana e fechou com o valor de R$ 331,95. Como parâmetro, em 12 de setembro de 2019 o grama estava cotado em R$ 195,72 o que representa uma valorização de 69,60% no período.

POUPANÇA

Na semana passada, o Banco Central divulgou o relatório de poupança de agosto e o saldo atingiu a marca de R$ 986,8 milhões, aumentando 1,3% no mês e 22,3% na comparação anual. O saldo teve uma captação líquida de R$ 11,4 bilhões. É o sexto mês seguido que este movimento de crescimento acontece. No ano a captação líquida da poupança é de R$ 124 bilhões.

ORÇAMENTO DA UNIÃO

O senador Marcio Bittar (MDB-AC), relator da PEC do pacto federativo e do Orçamento para 2021, disse que a PEC do pacto federativo vai incluir medidas que vão atingir o funcionalismo e os salários mais altos. Além disso, a PEC permite que sejam acionados gatilhos automáticos de cortes de despesas.

PRODUTO INTERNO BRUTO

Conforme o Relatório Focus, do Banco Central, publicado nesta semana, a expectativa de retração do Produto Interno Bruto (PIB) para 2020 aumentou para -5,31%. Para 2021, a expectativa mediana é de crescimento de 3,5%.

Um estudo do Ministério da Economia revelou que o setor de serviços, principal empregador do país, ainda precisa crescer 17% para alcançar o nível anterior ao da pandemia. De acordo com a Secretaria de Política Econômica, o setor foi o mais afetado pela quarentena.

SELIC

Os economistas projetam que a taxa básica de juros, Selic, deve se manter em 2% até o final do ano e chegar a 2,88% ao final de 2021.

VAREJO

As vendas no varejo brasileiro cresceram 5,2% em julho na comparação com o mês anterior, e 5,5% na comparação com o mesmo mês de 2019. O resultado ficou acima das expectativas do mercado, que previam uma expansão de 2,4% na base anual.



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