"O Banqueiro é aquele que empresta o dinheiro dos outros e guarda os juros para si" John Garland Pollard
Depois de um período tão complicado de pandemia, em que o ecossistema dos pequenos e médios negócios foi duramente afetado e que, somente agora, começar a usufruir de uma liberação mais ampliada das atividades, muitas empresas precisam recorrer aos Bancos, em que possuem conta, para solicitar um empréstimo ou financiamento. Porém, como a taxa de juros básica da Economia (SELIC) tem subido e até o final do ano subirá um pouco mais, conforme o blog que postamos neste mês, os Bancos estão praticando taxas muito diferentes para o mesmo dinheiro e tipo de operação bancária. Vamos aqui dar algumas dicas para você ficar atento, ANTES de assinar qualquer contrato com o Gerente do seu Banco, para que assim você tenha possibilidade de reduzir a taxa de juros da sua operação e, por consequência, o montante de juros do contrato, afinal, este não tem volta.
Conforme dados da Serasa Experian, atualmente temos 5,9 milhões de empresas inadimplentes no crédito, para um ecossistema de aproximadamente 20 milhões de empresas no mercado, ou seja, temos quase 30% de empresas fora do jogo neste momento e, tudo pode ter começado por um empréstimo tomado às pressas, em um momento complicado do seu negócio, onde você não teve muito critério ao assinar e concordar com o que estava sendo proposto pelo Banco.
Fizemos um levantamento, junto à Febraban, no seu relatório do Panorama do Mercado de Crédito, com base em junho/21 e tivemos o seguinte resultado. Os valores abaixo estão em R$ MIL, ou seja, o número abaixo multiplicado por mil:
Até esta publicação, as linhas de crédito, tomadas pelas empresas, estava em R$ 1,8 trilhão. Conforme podemos verificar neste resumo, as três linhas de crédito mais tomadas pelas empresas (exceto o BNDES, pois não é tão acessível) são: Capital de Giro (R$ 443,9 bilhões) que representa 24,4% do total, ACC Adiantamento de Contrato de Câmbio 11,2% e Descontos Bancários/Antecipação de Recebíveis 11%.
A linha de capital de Giro mudou um pouco a sua característica ao longo dos anos. Por essência, esta linha de crédito serve para fomentar o giro da empresa (seu Ativo Circulante) para aproveitar uma oportunidade de compra de estoques junto ao seu fornecedor, em decorrência de um desconto que está sendo oferecido, ou mesmo uma queda na taxa de câmbio. Atualmente, muitas dessas operações são utilizadas simplesmente para quitar outras dívidas ou obrigações com o próprio Banco e não mais para fomentar o negócio da empresa.
Abaixo deixamos três sugestões para a sua empresa ficar atenta ao que está sendo proposto pelo seu Gerente. Vamos utilizar como exemplo, exatamente o Capital de Giro.
1) Pesquise as taxas de juros que os Bancos estão praticando para a linha de crédito que a sua Empresa irá utilizar
Se a sua empresa possui uma linha de capital de giro pré aprovada pelo Banco, isso não quer dizer que a taxa praticada esteja entre as menores. Para saber quais as taxas que os Bancos estão praticando no mercado, para a linha de crédito que você deseja tomar recursos, consulte o site do Bacen. Os Bancos divulgam semanalmente, junto ao Banco Central, as taxas médias praticadas nas mais diversas linhas de crédito, sejam na pessoa física ou jurídica. Como exemplo no blog, vamos utilizar como parâmetro dois grandes bancos no Brasil: Itaú e Bradesco. Perceba na pesquisa no site do Bacen que, para a linha de capital de giro, as taxas dos Bancos estão em 1,32% ao mês e 1,68% ao mês, respectivamente.
Caso você não tenha muito sucesso, o que não falta é Banco querendo emprestar dinheiro para a sua empresa, pois o produto de "estoque" de um Banco é dinheiro. E o Open Banking já caminha para a terceira fase. Se você não sabe o que é Open Banking, a Fluir tem uma postagem específica sobre o tema. É só clicar na palavra que está com link.
2) Calcule a diferença de juros entre as taxas pesquisadas
Dando sequência ao exemplo anterior, vamos simular uma operação de capital de giro de R$ 100.000,00 para 18 meses e compreender a diferença de juros praticadas entre os dois Bancos.
O próximo passo é de agora calcular quanto ficará as prestações e o total de juros que serão pagos até o final do contrato. Para isso, você e seu pessoal da área financeira não precisam de nenhum conhecimento ou curso de matemática financeira. É só acessar o link da Calculadora do Cidadão do Banco Central, em financiamento com prestações fixas.
a) Vamos simular esta operação no Banco Itaú:
Neste exemplo sua empresa irá pagar 18 parcelas de R$ 6.278,10 (não estão inclusos IOF e Tarifas da Operação), e um montante de Juros de R$ 13.005,80.
b) Vamos simular esta operação no Bradesco:
Neste exemplo sua empresa irá pagar 18 parcelas de R$ 6.484,02 (não estão inclusos IOF e Tarifas da Operação), e um montante de Juros de R$ 16.712,36.
Ou seja, você percebe que, para o mesmo dinheiro e operação, somente numa pesquisa rápida entre dois Bancos, a sua empresa consegue reduzir os juros em R$ 3.706,56. Faz diferença não? Se você tem dúvida, converta esse valor de juros, no ticket médio do produto ou serviço que sua empresa comercializa, e você vai constatar que vale a pena pesquisar.
3) Faça o fluxo de caixa para saber o valor que a sua empresa precisa e não o que o Banco oferece
Há uma diferença gritante, de uma empresa que planeja a sua captação de empréstimo, de uma empresa que faz na emergência. Isso está no valor do empréstimo captado. Várias empresas, por não elaborarem um fluxo de caixa de forma sistemática, de previsto e realizado, acabam tomando toda a linha que está pré-aprovada, sem ao menos verificar se seria necessário todo aquele montante. Elabore um fluxo de caixa, pelo menos dos próximos meses, para saber qual o valor que a sua empresa necessita efetivamente.
Caso você ou equipe necessitem de um treinamento para elaborar o fluxo de caixa, procurem a Fluir, pois será uma grande satisfação lhe atender e contribuir para o desenvolvimento financeiro do seu negócio.
Lembrem que o tema da Fluir é: SUAS FINANÇAS EM DIA! Estamos aqui para colaborar para a perenidade do seu negócio. Não hesite em nos contatar. Envie a sua mensagem ao nosso whatsapp.
Fontes: Banco Central do Brasil; Febraban; Serasa Experian
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