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Agro é tech, agro é pop, agro é tudo! Mas, como está o setor na Bolsa de Valores?

"Agricultura é a Arte de saber esperar." Riccardo Bacchelli

Esta é a terceira publicação da série de análises setoriais da Bolsa, que a Fluir está fazendo. A primeira foi sobre o setor Educacional, abordando os principais competidores no setor, e a segunda foi sobre o setor Bancário, comparando os chamados Bancões com os Neobancos, e agora vamos analisar o setor do Agronegócio, com o desempenho dos cinco principais competidores neste ramo da economia. Caso você não tenha lido os anteriores, e tenha interesse nos temas, é só clicar no link dos setores citados.

O agronegócio é a chamada da grande locomotiva da economia brasileira. A pandemia ainda trouxe uma aceleração digital para o agronegócio sem precedentes, e com isso o aumento da produtividade. Pouco mais de 25% de toda a riqueza do país vem do agronegócio, sendo o terceiro maior produtor de alimentos e fibras do mundo e, entre 1975 e 2018 a média de crescimento da produtividade do Agro foi de 3,36% ao ano (como parâmetro, nos EUA a média no mesmo período foi de 1,38% ao ano). O Valor Bruto da Produção da Agropecuária (VBP) tem uma estimativa de fechar 2021 com um valor de R$ 1,1 trilhão, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Segundo a Embrapa, o Brasil é o maior produtor de soja do mundo (com mais de 50% do mercado global), o maior produtor mundial de açúcar e café, e o maior exportador de milho.

A produção está distribuída da seguinte forma: 53,4% da Soja, 34,4% do Milho, 4,6% do Arroz e 7,6% de outros (Trigo, Café, Feijão, etc.).


Como está o desempenho do setor na Bolsa de Valores?

Conforme a tabela e as informações setoriais, percebemos que as empresas do agronegócio cresceram em seus negócios e produtividade, em pleno período da pandemia. Somente o agronegócio brasileiro alimenta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo. A única exceção no desempenho, por enquanto, foi a Raízen a qual fez o seu IPO neste ano de 2021, mas tem um potencial gigantesco de crescimento, conforme suas áreas estratégicas que estão descritas abaixo.

Um olhar sobre os principais competidores do setor

BRASIL AGRO (AGRO3)

A empresa está com 15 anos de história, líder no desenvolvimento de terras agrícolas e conta com 800 mil hectares de terra na América Latina. Está listada tanto aqui como também na Bolsa de Nova York. Ela combina duas estratégias centrais: operacional e imobiliária e trabalha com planos trianuais em seu portfólio, atualmente avaliado em R$ 3,3 bilhões.

A empresa vendeu R$1,7 bilhão de terras com uma Taxa Interna de Retorno (TIR) entre 14% e 56%, tem 161.059 hectares cultivados e conta com 61% de área própria e 39% de área arrendada. 40,38% das terras da empresa estão concentradas no Estado de Mato Grosso.

Seus três maiores negócios são a Soja com 38,5% de área plantada e 41% de EBITDA Agrícola. O mercado da soja valorizou 110% nos últimos 5 anos. A outra commoditie é a Cana de Açúcar com 17,3% de área plantada e 39% de EBITDA. A Cana teve uma valorização de 46% nos últimos cinco anos e o Milho com 13% da área plantada e 9% de EBITDA. A saca de 60k do Milho valorizou 119% no mesmo período dos demais. Os demais produtos no portfólio da empresa são Pecuária, Feijão e Algodão.

O CEO atual da empresa é André Guillaumon, executivo com mais de 30 anos de experiência neste mercado. Para a safra de 2021/2022 a empresa vai operar numa área de 168,8 mil hectares. As projeções de produção de são 398,5 mil toneladas de grãos e algodão e 2,6 mil toneladas de carne.


KEPLER WEBER (KEPL3)

É uma small caps na Bolsa de Valores. A empresa está com 95 anos de existência e desde 1980 abriu capital na Bolsa. A atividade central da Kepler é a produção de equipamentos e soluções para o pós-colheita de grãos e é líder em seu setor, com 40% de market share. Suas áreas de atuação são: Armazenagem de soja, milho e trigo (73% da receita), Peças e Serviços (15%), Exportações (11%) e Granéis (2%). A empresa conta com 5 CDs. Por que da Armazenagem? O país é um pouco deficitário nesta área e a recomendação mundial é o que um país tenha a capacidade de armazenagem de 1,2 vezes a capacidade produtiva. Imaginando uma produção nacional de quase 300 milhões de toneladas ano, você já imagina o desafio para armazenar tudo isso, pois uma safra é produzida pontualmente alguns meses do ano, mas a demanda do consumidor é distribuída ao longo do ano. Mas, o país tem uma capacidade de armazenar algo em torno de 180 milhões de toneladas, por isso da defasagem comentada.

Seu CEO é Piero Abondi com uma vasta experiência no ramo do agronegócio. A empresa continua com um ritmo de pedidos robusta, trazendo assim estabilidade e maior previsibilidade para a operação da Kepler, com boas perspectivas de crescimento para 2022.


RAÍZEN (RAIZ4)

Empresa fundada em 2011, numa joint venture entre a Shell e o Grupo Cosan, atualmente se encontra entre os maiores grupos empresariais privados do país, onde conta com mais de 40 mil funcionários e 15 mil parceiros de negócios no país. A Raízen é uma empresa integrada de energia, produzindo e comercializando açúcar, bioenergia (biodiversidade e biogás), combustíveis e etanol. Somente como exemplo, a cana-de-açúcar, gera uma produtividade de 90 toneladas por hectare. Quanto à questão ambiental, também como exemplo, somente a Raízen tem mais florestas de proteção ambiental que todo o país da Holanda, com 27% de toda a sua área preservada. Na sua plataforma de Marketing e Serviços com a Rede de Postos Shell e neste ano abriu o seu capital na Bolsa. A sua atual estrutura societária ficou da seguinte forma:

Seu CEO é Ricardo Mussa, o qual está desde abril de 2020 à frente da Raízen, e o mesmo já foi CEO da própria Cosan por pouco mais de três anos, além de pouco mais de 6 anos também atuando como CEO na Radar Propriedades Agrícolas, também uma das empresas do grupo Cosan.

SLC AGRÍCOLA (SLCE3)

Empresa fundada em 1977, sendo produtora de soja, milho e algodão, além de atuar no plantio de pastagem e criação de gado, fazendo a integração lavoura-pecuária. A Empresa também conta com 22 unidades de produção, localizadas em sete estados brasileiros (Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Piauí. Esta distribuição geográfica possibilita minimizar os potenciais riscos climáticos regionais e a incidências de pragas e doenças.

A área da empresa totaliza 463,1 mil hectares, sendo 50,83% para a produção de Soja, 23,67% para o Algodão, 23% para o Milho e 2,5% para outras culturas. A SLC desenvolveu, ao longo de seus mais de quarenta anos de história, um modelo de negócios baseado na eficiência operacional e alta escala de produção, com técnicas de gestão modernas, oriundas do setor industrial.

O CEO da empresa é o Aurélio Pavinato, o qual está desde 1993 na empresa, quando entrou como assessor técnico.

SÃO MARTINHO (SMTO3)

A origem de toda a história da empresa está baseada quando, no final do século XIX, integrantes da família Ometto embarcaram no país, vindos da Itália, e o primeiro engenho de cana de açúcar foi montado em 1914.

Foi premiada como a melhor empresa do Agronegócio, pela Revista Você SA, nos anos de 2017 e 2018 e está entre os maiores grupos sucroenergéticos do Brasil, e entre as 150 empresas mais inovadoras. Em 2007 a empresa entrou no novo mercado da B3.

A empresa conta atualmente com quatro usinas, sendo três no Estado de São Paulo e outra no estado de Goiás totalizando 350 mil hectares de terra, com a produção de 1.106 mil toneladas de açúcar ano, 1.172 mil m³ de Etanol e 913 mil MWh de Energia Elétrica.

Atualmente a empresa conta com, aproximadamente, 13 mil colaboradores e o seu CEO é o Fabio Venturelli, o qual foi eleito um dos "10 melhores CEOs do Brasil" em 2021, em lista elaborada pela revista Forbes. Segundo a publicação, na edição de setembro, foram escolhidos os executivos e executivas do país que "melhor enfrentaram o cenário de crise sanitária e econômica, mantendo ou elevando a relevância de suas marcas e os indicadores financeiros de seus negócios".

Lembramos que esta pesquisa e levantamento de informações não se trata de recomendação de compra, mas sim, a proposta do blog é possibilitar aos leitores e seguidores da Fluir, que conheçam um pouco mais deste setor, o qual tem um grande potencial de crescimento e expansão de negócios para os próximos anos.

Como habitualmente citamos, façam a lição de casa, acessando os links disponíveis e as fontes consultadas, consultem os analistas de investimentos do seu Banco, e suas recomendações, para conhecerem ainda mais as empresas citadas e investirem com maior segurança e visão de longo prazo.


Fontes: ADFVN; Brasilagro RI; Embrapa; Fundamentus; Infomoney; Kepler Weber RI; Raízen RI; SLC Agrícola RI; São Martinho RI

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