“É estranho trabalhar com pessoas que não imaginam nenhum futuro de longo prazo trabalhando juntas.”
Peter Thiel do livro Zero a Um
Em várias situações você já deve ter lido, ouvido ou mesmo pronunciado a frase "Ah, se eu soubesse" por alguma situação que, com a maturidade de agora, você teria feito de outra forma no passado. Por exercício da minha profissão no tempo de Banco, tive a oportunidade de ter contato, me relacionar e visitar inúmeras empresas, dos mais diferentes tamanhos e segmentos, e sempre algo que me chamava muito a atenção, era conhecer e escutar as pessoas que tocavam o negócio e como era a relação entre elas. Em algumas situações, a vivência ou mesmo o feeling me avisavam internamente para pular fora daquele lugar. Motivo: um relacionamento conturbado entre os sócios e, em alguns casos, uma clara percepção que estava diante de "duas" empresas e não de uma, pois cada um queria fazer do seu jeito.
Uma frase como a citada acima, do livro do Peter Thiel (co-fundador do Paypal), nos chama a atenção para vários aspectos ao definir quem seguirá ao nosso lado para um projeto pessoal ou profissional, ou mesmos nossos sonhos. Podemos levar este assunto para fronteiras bem mais amplas do que o que vamos tratar no tema deste blog, pois o autor também comenta no seu livro, o qual de cara já recomendo, que más decisões tomadas logo no início de operações de uma empresa, seja na escolha de sócios errados ou mesmo contratar as pessoas erradas, pode lhe custar muito mais adiante, não só no aspecto financeiro, mas até em situações irreversíveis.
Warren Buffett também tem uma frase que, na minha opinião, tem muita relação com o tema, sociedade: "Ao avaliar as pessoas, devemos procurar por três qualidades: integridade, inteligência e energia. Na falta da primeira as outras duas vão acabar com você."
Deixo algumas dicas do que vivenciei nestas três décadas, do que chamo de pontos de atenção ao formar uma sociedade. Claro que não tem a pretensão de ter um aspecto científico ou acadêmico, pois essas lições vieram da minha experiência profissional e de muita leitura. Também reforço que não é uma regra, mas que vi aos montes ah, isso vi rsrs.
1) Não procure alguém para sócio que pense da mesma forma que você.
Parece até mesmo óbvia esta dica, mas esse equívoco acontece e muito e desde as escolas. É natural do ser humano querer pessoas próximas que pensem de uma mesma forma e, nisso, se misturam os conceitos de amizade ou afinidade com Sociedade. Na área da Educação isso já é quase que habitual. Quando queremos que os alunos formem seus projetos empreendedores, ou mesmo grupos de TCC, é espantoso como numa sala com tantas pessoas, os alunos acabam formando o grupo apenas com os amigos habituais. Mesmo deixando claro que no empreendedorismo ou no tcc, é extremamente importante pontos de vista diferentes e de contrapontos, para assim poder ampliar olhar e aprimorar o projeto, grande parte acaba não cedendo e querem manter os amigos. E ao final, o que não é surpresa, vários acabam nem se falando mais, pois sentiram que trabalharam muito mais que a(o) "amiga(o)". No blog anterior, sobre a falácia dos custos irrecuperáveis, podemos aplicar este exemplo tranquilamente.
Era gratificante e me causava surpresa quando, ao visitar empresas duradouras com 10, 20, 30 anos de mercado, ao conhecer seus fundadores, percebia que eles eram totalmente diferentes um do outro. De um lado via uma pessoa na área comercial com "sangue nos olhos" querendo levar a empresa a patamares elevados, abrir várias frentes etc. e na outra cadeira, tinha uma pessoa totalmente "terra" prudente, não muito a fim de holofotes e olhando custos, finanças e parecia um "freio" para o crescimento dos negócios, mas eles se complementavam. É praticamente impraticável um sócio com um olhar puramente comercial, também cuidar das finanças da empresa, pois, provavelmente, terá curta duração. Também uma empresa não pode ser formada por dois sócios "terra" pois ela não alça voo.
David Velez, fundador do Nubank, no livro do Daniel Bergamasco "Da ideia ao bilhão" cita uma frase muito em contexto com o que estamos abordando: "Um erro comum do empreendedor é fazer sociedade com alguém muito parecido com ele. A equipe tem de ser diversa. Cada um traz alguma coisa à mesa."
Dar esta sugestão em tempos de polarização e bolhas, parece uma aberração, mas deixo como sugestão que leiam mais sobre como as empresas duradouras deram certo, mas não olhe apenas para a atividade empresarial, mas também para os mentores dela, pois aí pode estar o grande segredo.
2) Um cuida, mas TODOS devem zelar e entender das Finanças da Empresa
Parece que uma empresa precisa ter seus olhos apenas para Vendas e o mais é "resto". Há formadores de opinião com este conceito, mas são exceções. O Sebrae e a Serasa têm diversas estatísticas publicadas sobre isso, quando a empresa não quebrou por falta de vendas, mas sim por ser mal gerida financeiramente. O dinheiro não aceita desaforo ou descaso.
A dica é Finanças não é "coisa do financeiro" ou do contador e nem apenas de um(a) funcionário(a) do financeiro.
Numa sociedade um cuidará mais da parte financeira, mas isso não isenta o outra pessoa de também entender como estão os resultados e relatórios do que está acontecendo com o negócio. Normalmente sociedades mal geridas, só vão querer fazer reunião sobre finanças quando a empresa estiver no auge de quebrar. E aí a reunião vira uma caça aos culpados.
3) Cuidado, pois pode ser tarde
Infelizmente, vi situações de sociedade onde um sócio lesou ao outro, com desvios na parte financeira, exatamente por total abandono, descaso ou desinteresse em saber como estava a situação financeira de sua própria empresa. Também situações de desvios na própria área financeira e, algumas vezes, dos próprios familiares que lá trabalhavam. Há um ditado popular que diz: "cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém."
Tenham interesse pelas finanças de sua empresa, principalmente em períodos tão críticos como este que vivemos em 2020.
E o que faz a Fluir?
Atuamos na parte de treinamento e consultoria para a área financeira da sua empresa, principalmente pequenos e médios negócios, capacitando não somente os colaboradores da empresa que atuam na área, mas também os sócios no que tange entender e analisar os relatórios financeiros para tomada de decisões.
Nos procure, a primeira consultoria diagnóstica é gratuita e sem obrigatoriedade de planos mensais ou de ter que contratar uma próxima. Como diz o nosso lema: queremos Suas Finanças em Dia. Encaminhem um email ou entrem em contato pelo nosso whats para agendar o seu horário.
Uma ótima semana para todos e vamos ao resumo da semana no mercado financeiro
BOLSA DE VALORES
A semana da Bolsa brasileira foi permeada de notícias que afetaram os resultados. Europa com notícias da segunda onda da Covid19, nos EUA o pouco estímulo em aprovarem o pacote de U$S 1,8 trilhão antes de 03 de novembro e aqui no Brasil, apesar dos bons resultados na atividade econômica, a política está com foco mesmo nas eleições municipais. O Ibovespa fechou a sexta negativa em 0,75% aos 98.309,12 pontos, porém na semana apresentou uma leve recuperação em 0,85%. No mês, o índice está negativo em 1,07%, no ano de 2020 -14,99% e nos últimos 12 meses a rentabilidade continua negativa em 6,39%. O volume financeiro da sexta totalizou R$ 28,92 bilhões.
Divulgação de Resultados do 3º tri: Nesta semana destaco alguma empresas que apresentarão a teleconferência dos seus resultados:
Dia 21: Neoenergia (NEOE3) e Dia 22: Weg (WEGE3) para ter acesso à teleconferência se cadastre no mailing da empresa digitando no Google, por exemplo, WEG RI para ter acesso ao site institucional.
DI
No mercado de juros futuros o DI para janeiro de 2022 fechou a projeção de 3,42% ao ano, 4,81% para janeiro de 2023 e 6,63% para janeiro de 2025. Para janeiro de 2027 a Taxa DI projetada também teve variação positiva fechando em 7,54%.
DÓLAR
O dólar à vista fechou a sessão com alta de 0,25% com a cotação a R$ 5,6467 na venda e na semana uma valorização de 2,2%. No mês de outubro, o dólar está com uma leve alta de 0,64%. Já, no ano de 2020, acumula uma alta de 40,48% e nos últimos 12 meses uma alta de 38,37%.
EMPREGO
Conforme informado pela CNN Business, a Associação Brasileira do Trabalho Temporário para a Black Friday e para o Natal. A projeção é que sejam abertas 400 mil vagas temporárias no fim do ano, e que 20% dos trabalhadores sejam posteriormente efetivados.
Por outro lado, o desemprego atinge 14 milhões de brasileiros (13,7%), A população ocupada e que não foi afastada do trabalho foi estimada em 77,9 milhões de pessoas.
FUNDOS IMOBILIÁRIOS
IFIX: o índice de referência dos Fundos de Investimentos Imobiliários, O IFIX apresentou nesta última sexta-feira (16), uma valorização de 0,15%, fechando o dia aos 2.816,83 pontos. Na semana o índice também fechou com uma alta de 0,32% e no acumulado do mês de outubro e ano de 2020, a variação do índice é de 0,79% e -11,91%, respectivamente. Já nos últimos 12 meses a rentabilidade apresentada é de 6,39%.
OURO
A cotação do grama do Ouro teve uma variação positiva de 0,09% no dia. cotado a R$ 344,69. No mês de Outubro o Ouro apresenta uma variação positiva de 1,32%, no ano uma alta de 75,92% e, nos últimos 12 meses, tendo como parâmetro, a cotação em 17 de outubro de 2019 onde o grama estava cotado em R$ 198,97 o que representa uma valorização de 73,24% no período.
TESOURO DIRETO
Apesar do susto que milhões de brasileiros tomaram quando foi apresentado um resultado negativo dos investimentos do Tesouro Direto, as taxas dos juros dos títulos do Tesouro Direto apresentaram altas para o Governo dar conta do endividamento crescente.
Entre alguns exemplos: o Tesouro Prefixado para 2026 está oferecendo uma taxa de 7,4% ao ano e o Tesouro IPCA 2035 apresentou uma taxa de juros real de 4,09% + a inflação do período.
Fontes: ANBIMA; Bullion-Rates; Capital Research; Capitalizo; Chicago Investimentos; CNN Business; CORECON; Dica de Hoje; Endeavor; Faria Lima Elevator; Nord Research; Sebrae; Suno Research; Warren
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