“É preciso enxergar o mercado de forma ampla e entender que a competição nem sempre vem de lugares óbvios.” Maitê Lourenço da Black Rocks
Se num determinado dia, um investidor entrasse em seu estabelecimento ou mantivesse um contato, e fizesse a seguinte pergunta: Estou interessado em ser sócio do seu negócio. Quanto vale e qual a porcentagem que terei da empresa? Me explique melhor esse negócio?
Quando falamos no ecossistema dos pequenos e médios negócios em nosso país, o foco está em buscar cada vez mais do empreendedor, uma visão mais holística do seu modelo de negócio, ligado à tecnologia ou não, mas que tenha um olhar ampliado e que saiba compreender as inter-relações nos negócios desde um simples pedido de compra de um fornecedor até a realização de uma Venda, com todos os elementos e atores nela envolvidos.
Um empreendedor se especializa no seu core business (a espinha dorsal da atividade da sua empresa), porém o contexto atual demanda cada vez mais que ele compreenda e busque ajuda em questões como tecnologia, economia, finanças, marketing, comportamento do consumidor, psicologia do consumidor etc. para exatamente não ser pego de surpresa ou ao menos ter uma reação mais rápida sobre uma crise econômica ou setorial, como vivenciamos neste ano de 2020.
Vamos tratar do tema em três partes, tendo como base o excelente livro Da Ideia ao Bilhão do Daniel Bergamasco, cujo livro apesar de tratar sobre as start-ups bilionárias, traz uma série de ensinamentos para todo e qualquer empreendedor, do meio digital ou não.
Primeiro vamos compreender o conceito do Investidor-Anjo. Você já deve ter ouvido falar ou talvez assistiu a algum episódio do Shark Tank Brasil da Sony Channel onde vários empreendedores apresentam, de forma breve, as ideias do projeto e buscam responder aos questionamentos dos investidores-anjo, que protagonizam o programa, para assim obterem recursos financeiros para a sua proposta de negócio e, com isso, dar em troca uma parte da sociedade.
E o que é um Investidor-Anjo: Conforme o conceito no site da EqSeed o Investidor-Anjo busca diversificar seus investimentos pessoais num portfólio com várias start-ups, visando obter retornos superiores ao que ganharia, com esses mesmos recursos, se aplicados no mercado financeiro.
No livro do Bergamasco, vários investidores-anjo de empresas como Softbank, Innova Capital, Kaszek Ventures, Black Rocks entre outras, fornecem dicas preciosas sobre o que podemos aplicar, de forma prática nos empreendimentos analógicos (restaurantes, salões de beleza, padarias etc.) e ter assim maior percepção de Valuation (Valorização da empresa) que tocamos em nosso dia a dia. Vamos lá para as quatro primeiras dicas:
1) APRESENTAÇÃO CONCISA E CONSCIENTE
Faça um teste. Se você precisasse apresentar a sua empresa, seu modelo de negócio e mercado de atuação em apenas três minutos, quais os pontos fundamentais que você destacaria? Aí sim você poderia fazer slides (aproximadamente 15 slides) dando um maior detalhamento dos assuntos abordados.
Será que realmente temos a capacidade de Vender a nossa Empresa ao mercado? Quando pensamos nisso, não estamos tratando apenas de um aspecto financeiro, mas sim mercadológico, pois cabe a questão: Será que o Cliente compreende o que estamos querendo ofertar de produto ou serviço?
2) BOA ORATÓRIA
Há uma dica muito interessante no livro sobre sociedade e que também já foi tema uma das postagens da Fluir, sobre os pontos de atenção numa sociedade. No livro, que trata das start-ups de tecnologia, há um comentário em que todo nerd reservado precisa estar com um bom vendedor, como Sócio ao seu lado.
Aplicando aos negócios em geral, podemos analisar o seguinte: De repente você é muito bom na operação ou execução do seu negócio, mas quando abordado não sabe vendê-lo adequadamente. Um sócio com perfil comercial tem esse cuidado externo, na conquista de um número maior de clientes. Vale lembrar que se você quer como sócio, alguém igual a você, a sociedade já começará de forma meio errônea.
3) SANGUE NO OLHO
Está aí uma questão que é mais fácil de encontrar nos empreendedores em geral do século 21. No início dos anos 90, quando ocorreu uma onda de demissões com o plano Collor, aconteceu uma corrida de ex-executivos (que saiam das empresas com um bom dinheiro no bolso) para montar um negócio próprio e foram nisso, com sede ao pote do segmento de franquias. Participei na época de alguns eventos de franquias em se vendia muito o imaginário de que o empreendedor não precisaria trabalhar muito ou tocar o negócio de forma firme no dia a dia, pois o negócio "aconteceria por si só". Nisso esses novos empreendedores queriam "viver a vida" e às sextas já não apareciam mais na empresa, não tinham um horário estabelecido, não eram muito fãs de estar frente a frente com o Cliente e, o mais incrível, virou um presente de pessoas com recursos para cônjuge ou filhos tocarem o empreendimento. Grande erro, pois foi uma quebradeira em geral. Se você um dia consultar quais as franquias que eram vendidas naquela época, pouquíssimas estão no mercado até hoje, fora que muitos golpistas de plantão se aproveitaram daquela onda.
4) PROFUNDIDADE
É interessante perceber nos episódios do programa Shark Tank citado que, ao explicar o modelo de negócio, os empreendedores têm o discurso bem ensaiado, preparado e vendem, na sua maioria, com bastante convicção o produto/serviço que criaram.
A segunda etapa é a que define ou vira a regra do jogo. É quando os investidores (jurados) começam a perguntar sobre várias outras questões, com o objetivo de tirar aquele momento de zona de conforto, para um ambiente mais agressivo e de incerteza, e nisso perguntam sobre mercados competidores, inovação, riscos etc.
Fica uma questão para todos os empreendedores que estão lendo este blog: O que você tem de informação sobre o seu ecossistema de negócio, além das quatro paredes da sua empresa?
Uma ótima semana para todos e voto consciente neste segundo turno da eleição e, na próxima semana, estaremos tratando da segunda parte.
Vamos ao Resumo na Semana no Mercado Financeiro
BOLSA DE VALORES
Semana muito positiva para a Bolsa, onde o Ibovespa fechou a sexta com uma alta de 0,32% aos 110.575,47 pontos, na semana apresentou uma queda em 5,59%. No mês, o índice também está positivo em 17,69%, no ano de 2020 ainda há um resquício da pandemia com uma queda de 4,38% e nos últimos 12 meses esta foi a primeira semana que a Bolsa rompeu a cotação negativa apresentando uma rentabilidade de 2,11% no período. O volume financeiro da sexta totalizou R$ 36,958 bilhões.
DÓLAR
O dólar à vista fechou a sessão de sexta com uma queda de 0,18% com a cotação a R$ 5,3256 na venda e na semana também uma queda em 2,73%. No mês de novembro, o dólar acumula uma queda acumulada de 7,19%. Já, no ano de 2020, acumula uma alta de 32,49% e nos últimos 12 meses uma alta de 25,07%.
EMPREGO
Conforme divulgado nesta semana pelo Ministério da Economia, a economia brasileira gerou 394.989 empregos com carteira assinada em outubro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados CAGED. Foi o melhor resultado, para meses de outubro, desde o início da série histórica, em 1992, porém até outubro, o saldo é negativo em 171.139.
Quanto à distribuição destas vagas por região, a região Sudeste foi a que registrou o maior saldo positivo 186.884 vagas, seguida pelo Sul 92.932, Nordeste 69.519, Centro-Oeste com novas 25.024 vagas e, por último, a região Norte que abriu 20.658 postos de trabalho.
FUNDOS IMOBILIÁRIOS
IFIX: o índice de referência dos Fundos de Investimentos Imobiliários, O IFIX apresentou nesta última sexta-feira (27), uma valorização de 0,4%, fechando o dia aos 2.811,53 pontos. Na semana o índice também fechou com uma alta de 0,29%. No acumulado do mês de novembro e ano de 2020, a variação do índice é de 1,62% e -12,07%, respectivamente. Já nos últimos 12 meses a rentabilidade apresentada está negativa em 2,53%.
OURO
A cotação do grama do Ouro apresentou uma variação negativa de 1,15% no dia cotado a R$ 307,13. No mês de Novembro o Ouro apresenta também uma variação negativa de 10,70%, mas no ano apresenta uma alta de 56,75% e, nos últimos 12 meses, tendo como parâmetro, a cotação em 27 de novembro de 2019 onde o grama estava cotado em R$ 199,40 o que representa uma valorização de 54,03% no período.
POLÍTICA FISCAL
Não é uma boa notícia para a maioria do povo brasileiro, porém é fundamental para a gestão do Estado. Em outubro a arrecadação tributária do governo (impostos, taxas e contribuições federais) somou R$ 153,9 bilhões, sendo o melhor resultado para o mês desde 2014. Esse aumento se deu devido a retomada da atividade e o pagamento de tributos adiados pela Receita Federal durante os momentos mais dramáticos da crise do coronavírus.
PRATA
A cotação do grama da Prata teve uma variação negativa de 2,68% no dia cotado a R$ 3,897. No mês de Novembro a Prata apresenta uma queda de de 10,76%, mas no ano a prata está com uma alta acumulada de 68,22% e, nos últimos 12 meses, tendo como parâmetro, a cotação em 27 de novembro de 2019 onde o grama estava cotado em R$ 2,3245 o que representa uma valorização de 67,65% no período.
VAREJO – Black Friday
Conforme artigo do site E-Commerce, como a Black Friday se tornou uma das datas mais importantes do varejo já há alguns anos, 75% das micro e pequenas empresas esperam depositando a salvação do faturamento de 2020 nesta data. Quanto aos descontos que serão dados, os dados da pesquisa dizem que irão prática de 20% até 40%. A pesquisa foi realizada pela startup Vhsys em parceria com a Stone. A pesquisa foi feita com mais de 1.500 empresas.
Fontes: ANBIMA; Bullion-Rates; Capital Research; Capitalizo; CNN Business; CORECON; Dica de Hoje; Endeavor; EqSeed; Nord Research; Sebrae; Suno Research; XP Inc.
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